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Estratégias para tecnologia digital em máquinas e implementos agrícolas

Atualizado: 20 de set.

A evolução tecnológica do setor de máquinas e implementos agrícolas demanda novas abordagens e estratégias na viabilização da Agricultura 5.0.



A indústria de máquinas e implementos agrícolas tem sofrido transformações profundas e constantes ao longo das últimas décadas, com impactos positivos na produtividade e na utilização eficiente dos recursos naturais. Podemos observar ganhos de escala, de qualidade e de aproveitamento da terra. Soma-se a isso, a evolução das sementes, e dos fertilizantes, formando assim um círculo virtuoso de geração de valor, que tem alavancado o setor agropecuário para uma posição de protagonismo na economia brasileira e de destaque no cenário mundial. 


Além do comprovado empreendedorismo do produtor brasileiro, deve-se destacar a evolução tecnológica, onde a aplicação prática da biologia, da química, da mecânica, e da eletrônica possibilitou que a agropecuária brasileira atingisse o nível de excelência que se encontra hoje. 


Em regiões específicas e para certos produtores, a agricultura 4.0, que abrange aplicação de IOT, Big Data/Analytics, agricultura de precisão, drones e sistema de gestão agrícola, já é uma realidade no dia a dia. E essa realidade caminha a passos largos para uma evolução, chamada de agricultura 5.0, que contempla o uso de algoritmos avançados de inteligência artificial, de automação e robótica, de equipamentos autônomos, e de uma conectividade que permite o monitoramento e controle em tempo real das operações agropecuárias com velocidade e qualidade inigualáveis.


Vemos que o espaço que nos separa do hoje para o futuro tem se estreitado numa velocidade impressionante, fazendo com que decisões estratégicas demandem um acerto, uma precisão, e uma agilidade incomparável. E isso se impõe tanto para os produtores rurais, quanto para os fornecedores de máquinas e implementos agrícolas. A reação das empresas frente a essa demanda, não é homogênea, nem padronizada. Realidades diferentes em termos de tamanho, recursos, conhecimento e capacidade de inovação, impactam o entendimento, adoção e implementação dessas novas tecnologias. De forma análoga, a infraestrutura necessária para viabilizar essas tecnologias, também não apresenta homogeneidade e padronização ao longo do território brasileiro.


Segundo a Associação ConectarAgro, 73% das propriedades rurais brasileiras não estão conectadas à internet, e apenas 19% da área disponível para uso agrícola tem cobertura 4G e 5G.  Informações do IBGE e do Incra, relatam que somente 13,4% dos produtores rurais podem ser considerados como grandes produtores, portanto com recursos econômicos e de gestão que possibilitam o melhor emprego de novas tecnologias. 


Estudos e análises tanto governamentais quanto empresariais vêm propondo ações estratégicas no sentido de endereçar esse problema. O potencial econômico envolvido é significativo. Relatório do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Cenários e Perspectivas da Conectividade para o Agro), estimou um incremento de R$ 47,56 bilhões no Valor Bruto da Produção (VPB) agropecuária, se a conectividade no campo se expandir com a instalação de 4400 antenas, baseando-se nas torres já existentes, e de R$ 101,47 Bilhões se foram instaladas 15182 conjuntos de torres/antenas, obtendo-se dessa forma uma cobertura de 90% no campo. O tema conectividade no campo é vital, tanto por seu significativo impacto econômico, quanto por proporcionar uma justa e necessária acessibilidade para todos os produtores rurais independente de seu tamanho e localização.


Partindo-se da premissa, de que a força e a dinâmica da tecnologia digital ditam o ritmo dos investimentos e das ações estratégicas, tanto governamentais quanto empresariais, podemos assumir que as barreiras estruturais serão vencidas numa velocidade maior do que o esperado, fazendo com que os empreendedores e profissionais se adequem mais rapidamente a essa nova realidade.


Frente a esse panorama, como os produtores de máquinas e implementos agrícolas deverão se posicionar? Como se antecipar e estar preparado para um futuro de um nível tecnológico ainda mais digital? Falamos aqui de escolhas estratégicas. De escolhas que definirão o futuro da empresa nos próximos anos. Falamos aqui de escolhas que poderão alavancar o crescimento da empresa ou que se equivocadas, poderão comprometer os resultados por um longo período. E que escolhas são essas? Podemos citar:

  • Alocação de recursos voltados para o desenvolvimento e implementação de uma estratégia digital alinhada com as necessidades do mercado e compatível com o nível tecnológico da empresa. Ter conhecimento do hiato tecnológico da empresa, é passo fundamental para que se possa dimensionar tanto a necessidade de investimentos, quanto o esforço em tempo e em pessoas para se atingir o nível almejado. Uma alternativa possível para se acelerar o preenchimento desse hiato, seria através de parcerias ou aquisições de startups (M&A).

  • Execução de uma estratégia organizacional que priorize inovação e criatividade, gerando engajamento e promovendo a atração e retenção de talentos. Uma estrutura organizacional flexível e dinâmica traz agilidade aos processos decisórios e maior velocidade na implementação de diretrizes e ações correlatas.

  • Estruturação de uma estratégia de negócios focada e direcionada para as oportunidades de expansão dos negócios, gerando crescimento através do reposicionamento da empresa, reforçando o core business, revigorando a gestão, modernizando produtos, e atualizando sistemas e processos em um enfoque digital.

  • Implementação de uma estratégia de marketing e vendas que mapeie e quantifique de forma clara e precisa as oportunidades mercadológicas ainda não exploradas pela empresa. Essa estratégia irá enfatizar a proposta de valor da empresa, ressaltando sua vantagem competitiva, otimizando seu portfólio de produtos e serviços, agregando tecnologias digitais, e repaginando sua política de preços frente ao mercado. 

Essas estratégias trabalhadas de forma individualizada ou combinadas, são poderosas ferramentas no processo de transformação e desenvolvimento empresarial, principalmente em um ambiente tão dinâmico e sofisticado no qual estamos vivendo. 


Essas são questões estratégicas que precisam ser tratadas com urgência pelas empresas fornecedoras de máquinas e equipamentos agrícolas. 


Sabemos que não existe uma receita única ou uma solução redentora. Somente com uma análise detalhada de cada realidade se pode desenhar uma estratégia adequada para a transformação das empresas na direção do crescimento e desenvolvimento tecnológico.


Acreditamos que analisar e repensar estrategicamente o atual modelo de negócio, proporcionará as condições adequadas para direcionar a organização no sentido de entrar em novos mercados, novas tecnologias, alavancar vendas, e gerar mais receitas e margens. 


Pensar estrategicamente o futuro da sua empresa é premente e impositivo nesse mundo cada vez mais volátil, incerto, complexo, e ambíguo.



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