O setor de M&A tem batido recordes seguidos em transações e em valores no mundo todo.
Em 2021, o número de transações excedeu 62.000, 24% acima de 2020. Em valores, superou USD 1,5 trilhões.
Aqui no Brasil, exceto pela grandiosidade dos números mundiais, o crescimento não foi
diferente. Foram pouco mais de 1.800 transações em 2021, crescimento de 63% em relação a 2020, com um acumulado estimado de BRL 715 bilhões, 105% acima de 2020. Pode-se notar um deslocamento do Brasil em relação à média mundial, quando vemos os percentuais de crescimento.
Os seguidos recordes em números de transações e em valores, aparentemente, vão permanecer por mais alguns anos. Estima-se que, até 2025, o Brasil continuará tendo recordes sucessivos.
Setores de tecnologia (“techs”), saúde, financeiro, bens de consumo não duráveis e energia
devem puxar os números do M&A no Brasil.
Essa tendência, de setores que puxam o crescimento, está se tornando histórica, sendo assim, vale uma reflexão. Se estes segmentos são atrativos, naturalmente, há empresas atrativas operando neles. Empresas atrativas na ponta da compra e na ponta da venda. Para um possível vendedor, seja sua motivação uma questão estratégica ou uma questão de sucessão, a sua intenção já deverá estar clara.
Portanto, para obter um melhor valor para o seu negócio em um processo rápido, porém
com qualidade, torna-se necessária a preparação da empresa para a venda.
Esta preparação se dá em cinco etapas, que são:
1 | Montar uma equipe de projeto
A equipe deve ser composta por uma assessoria jurídica, uma assessoria em M&A,
um representante do time financeiro da empresa e seu CEO | Diretor, responsável
pela administração do negócio. Essa equipe garantirá o foco e a objetividade necessários nas etapas que virão na sequência, além da construção de uma relação de confiança, fundamental para o sucesso do processo.
2 | Coletar informações e preparar os materiais para o mercado
Este é um trabalho intenso e demorado, que deve ser iniciado o quanto antes, a fim
de reduzir o stress futuro, eliminar os gargalos e identificar possíveis fragilidades
a serem corrigidas. Nesta fase, o dono do negócio tem participação fundamental.
3 | Fazer benchmarking
As demonstrações financeiras devem ser elaboradas mensalmente, de forma criteriosa, com base nas principais normas contábeis. Dessa forma, ficará mais fácil buscar por “empresas espelho” para fazer as comparações necessárias e ganhar confiança nos números. Além disso, ganha-se a possibilidade de comparar a empresa com outras recentemente negociadas. Com as DF’s consistentes, a administração deve passar a gerenciar o valor da empresa e as variáveis para alavancá-lo.
4 | Manter um data-room organizado
Manter um data-room organizado economizará tempo na futura transação e facilitará
a interação com o potencial comprador. Além disso, será fundamental para uma
pré due diligence (vendor due diligence), muitas vezes necessária para entrar em uma
transação com confiança, por ter mitigado e/ou eliminado possíveis riscos.
5 | Identificar potenciais compradores
Uma vez definido o modelo da venda, está na hora do time de M&A “testar” o mercado,
interagindo com peers e agentes financeiros, sem exposição da empresa vendedora.
Fazendo isso a equipe de projeto terá valiosos feedbacks que podem ratificar o que
foi feito até aqui ou apontar algumas correções que devem ser feitas.
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